A realidade é um processo histórico
– Georg Hegel (1770-1831)
Esta foto tirada por Edmar Barros, da Agência Estado, e publicada no UOL no começo de fevereiro, é a pintura de muita gente que gosta deste, tenta lutar por um país mesmo, mas começa a desistir pelo cansaço.
É o cansaço da desinformação, o cansaço da ignorância, o cansaço das soluções milagrosas e divinas que agravam a situação, o cansaço de pesquisadores, jornalistas e professores que viraram alvo de tratantes que usam a desonestidade intelectual para minar a verdade e o conhecimento.
São grupos de pessoas apoiados e apoiadoras de gente vil e insensata, que não se importa coletividade, mas se importa com o próprio rabo para poder se sair bem. Agora, estamos diante de uma catástrofe entre outras que um país de 521 anos já passou. E até agora, estamos sendo sufocados por indecorosos que dissimulam uma realidade que só existe para estes que vivem seu mundo particular.
Pessoas assim agem como se não tivessem morrido mais de 275 mil pessoas até o momento que escrevo isso aqui. Até quando vamos viver essa falta de empatia? Até quando as pessoas vão viver esta anestesia e sandice coletiva como se tudo estivesse normal?
Não é questão de ideologia, é questão de humanidade e empatia!
Precisamos de mais o quê para que as pessoas percebam que estamos diante de um desgoverno ineficaz e que foge às suas responsabilidades, de acordo com o que está escrito na lei? Como que as pessoas conseguem dormir com tranquilidade diante desse cenário dantesco?
Como diz Thomas Hobbes:
“A falta de ciência, isto é, a ignorância das causas, predispõe, ou melhor, obriga os homens a confiar na opinião e autoridade alheia. Porque todos os homens preocupados com a verdade, se não confiarem em sua própria opinião deverão confiar na de alguma outra pessoa, a quem considerem mais sábia que eles próprios, e não considerem provável que queira enganá-los. A ignorância do significado das palavras, isto é, a falta de entendimento, predispõe os homens para confiar, não apenas na verdade que não conhecem, mas também nos erros e, o que é mais, nos absurdos daqueles em quem confiam. Porque nem o erro nem o absurdo podem ser detectados sem um perfeito entendimento das palavras”
— CAPITULO XI – Das diferenças de costumes, em o Leviatã, Thomas Hobbes, 1651
Existe um discurso hipócrita de mudar e moralizar o Brasil ~ de recuperar o espírito de coletividade, com mensagens divinas e promessas de milagre ~ mas, no nível mais básico da sociedade, ascende o hipócrita, que pode ser seu vizinho ao lado ou seu colega de trabalho, vem a ser o primeiro a fazer sacanagem com outro?
O poder é o espelho da base da sociedade. Neste momento, o espelho do Brasil é sujo, turvo e arranhado, decorado de alegorias divinas, onde um pela destruição do próximo, num mar de heresia, hipocrisia com dedos em riste em sinal de arma.
O Brasil não é um país, é um aglomerado de pessoas que está unido apenas pela língua portuguesa. É desanimador…